Autor Viktor Waewell

Olá meus amores, tudo bem com vocês?

Hoje temos mais um episódio do nosso quadro entrevistando autores nacionais. Teremos a alegria de conhecer um pouco e de entrevistar o autor nacional e nosso parceiro aqui do Blog, Viktor Waewell. Ele é autor do livro Novo Mundo em Chamas, que inclusive já foi resenhado aqui e vocês podem estar conferindo na aba de resenhas. As redes sociais do autor, bem como os links de acesso do mesmo se encontram na aba do nosso mural de autores parceiros. Sem muitas delongas, vamos conhecer melhor o autor?

Viktor Waewell é uma das novas vozes da literatura brasileira, especializado em Ficção Histórica. O estilo único traz uma experiência vivida, como se o leitor estivesse nas cenas, sendo conhecido pelos fãs como impossível parar de ler. Emprega rigor acadêmico no trabalho, com vasta pesquisa e revisão por historiadores, proporcionando uma experiência de leitura vibrante, com aprendizado sobre o tema. (texto extraído do livro do autor)

Agora que já conhecemos um pouco sobre o autor e sua escrita, que tal irmos as nossas perguntas? Espero que gostem dessa entrevista!

1. Qual é a inspiração para escrever o seu livro?

R: Eu sempre amei conteúdos de ficção histórica, seja em livros, filmes ou seriados. Aprendi sobre vários lugares, como Roma Antiga, Grécia, Europa Medieval, EUA e até China e Japão, só com as maravilhas da literatura, do cinema e da cultura pop. Quando aprendemos com a ficção, é no nível emocional, pois passamos a ter no imaginário as pessoas comuns daqueles contextos, como viviam, seus sonhos e medos. Em algum momento, eu me dei conta de que não temos muita coisa assim no Brasil, o que contrasta com a nossa história riquíssima. Estou convencido de que essa carência contribui para a confusão que somos como povo. Por isso decidi contribuir. Comecei por Palmares, mas tenho muitas histórias para contar!

2. Como é o seu processo de escrita?

R: Para escrever ficção histórica, não tem como ir direto para a mão na massa. É preciso estudar bastante, mais do que normalmente se entende como estudo de História. É que para povoar um livro literário é preciso ir além dos eventos políticos e enxergar como as pessoas viviam no dia a dia, as diferentes posições sociais, profissões, idades, gêneros e situações. Gosto de identificar os dilemas que as pessoas bem intencionadas teriam, assim como as brechas que aquelas de má índole usariam para conseguir seus objetivos. Disso, surgem os personagens e a história que os entrelaça.

3. Quais são os seus hobbies e o que faz nas horas vagas? 

R: O que eu mais gosto de fazer são longas caminhadas na natureza. Estar entre amigos, papear até tarde. Festividades até o amanhecer. Viajo muito, conheci dezenas de países, sou habituado ao famoso choque cultural. Esta é uma bagagem que me ajuda a lidar com os costumes de outras épocas, mesmo os que nos parecem horrendos ou pelo menos esquisitos, como comer cachorro, ter escravos ou queimar mulheres na fogueira. À primeira vista, pessoas de outros lugares e tempos parecem bem diferentes de nós. Porém, são parecidas, para o bem e para o mal. É a mesma condição humana. Quase sempre, as pessoas querem viver em paz com suas famílias e amigos, mas têm medo, muito medo, principalmente da morte, seja concreta ou simbólica, e isso as torna facilmente impressionáveis. Esta simples verdade ajuda a entender as coisas, seja viajando ou aprendendo sobre o passado.

4. Como você se vê como pessoa? 

R: Já tive experiências em que poderia ter feito o mal e não o fiz. Por isso tenho a mim mesmo em boa estima. Acredito que precisamos de um norte como povo, amo esta terra, esta gente, e penso que a minha obra contribui de algum jeito, pelo menos um pouco. Eu abraço esta profissão de coração.

5. Quais são as suas influências literárias?

R: O primeiro autor que realmente me cativou foi García Márquez. Durante a adolescência, foi de longe o meu escritor preferido. Peguei embalo em todo realismo fantástico da América Latina. Incluo nessa toada Paulo Coelho, também amava. Aí, parei de vez com essa veia. Tive a minha fase Fernando Pessoa e Cecília Meirelles. Por alguma razão, hoje já quase não leio poesia. Passei por um momento de ler clássicos, talvez porque a biblioteca pública que eu frequentava era recheada deles. Bons tempos, cheguei a ler, acredite, A Divina Comédia e Os Lusíadas. Já quase não leio clássicos, pois gosto da força e do ritmo dos contemporâneos. Li recentemente Guerra e Paz, mas é porque literatura clássica russa para mim é um caso à parte. Tive tantas fases como essas que é até difícil elencar. Depois que li Os Pilares da Terra, com vinte e poucos anos, descobri a ficção histórica na literatura. Este foi um caminho sem volta.

6. Em uma narrativa, qual pessoa você prefere, primeira ou terceira?

R: Eu só descubro se o livro é em primeira ou terceira pessoa quando começo a ler. Não levo em conta na hora de escolher uma leitura. Ainda assim, acho que a terceira pessoa me soa mais natural, porque se você parar para pensar o texto em primeira pessoa não é tão verossímil, ninguém fala daquele jeito nem lembra de tantos detalhes sobre os eventos. Talvez por isso eu tenha optado por escrever na terceira pessoa. Por outro lado, tem livros incríveis na primeira. Lembro aqui agora de Grande Sertão Veredas, da Saga Saxônica e d’O Apanhador no Campo de Centeio. Então o que o autor tiver escolhido, para mim, está ótimo, eu só aproveito!

7. Os personagens que você escreve são inspirados em pessoas reais?

R: Gosto de criar pessoas do zero, personagens completos e com vontade própria. Sendo históricos, preciso que o resultado seja condizente com as fontes, ou seja, que personagem faça o que a pessoa real fez. Em algum momento, procuro em mim mesmo os sentimentos que movem cada personagem, suas dores, os medos e os sonhos. Acho importante eu pessoalmente me identificar com eles, só assim posso ser brutalmente honesto, desenterrar o que, olhando para alguém de fora, não fica claro. Todos temos o mesmo leque de possibilidades e de sentimentos, creio que para um autor entender suas criações precisa olhar principalmente para si mesmo.

8. O que vem por aí?

R: Estou trabalhando no meu próximo livro, que se passa na década de 1550, logo no começo da colonização no Brasil. Vai se chamar Guerra dos Mil Povos, pois retrata a revolta de povos indígenas ameaçados de serem escravizados pelos portugueses. Naquele momento, aldeias litorâneas, desde o norte de São Paulo, Rio de Janeiro e o Espírito Santo, uniram-se e passaram a dar batalha contra os brancos, em nome da liberdade. Foram décadas de luta, com grandes embates no mar e na terra. É um momento riquíssimo e muito pouco falado da nossa história, quando se chocaram portugueses de mentalidade medieval e índios de cultura antropofágica. Estou amando escrever sobre isso, sei que os leitores também vão adorar mais este épico!

Bom meus amores, eu espero de coração que vocês tenham gostado dessa entrevista. Amei conhecer mais sobre o autor e suas inspirações. Amo essa interação entre autor e leitor, espero que vocês tenham se identificado em algumas respostas. Não deixem de acompanhar as nossas novidades aqui e as novidades do autor nas suas redes sociais. Um super beijo, se cuidem e até a próxima.

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