Autora Jacqueline F. Silva

 Olá meus amores, tudo bem com vocês?

Hoje vamos para mais um episódio do nosso quadro Entrevistando Autores Nacionais. Desta vez tenho a alegria de conhecer melhor e de entrevistar a autora Jacqueline F. Silva, escritora do livro “Em qual 1917 você vai me encontrar?”, lançado pela editora Pendragon. Adianto que na aba de autores parceiros estão todos os links de compra e de acesso da autora, com suas redes sociais. Também já fizemos a resenha deste livro, você pode está conferindo a resenha na aba resenhas no menu acima. Agora, sem mais delongas, que tal saber mais um pouco sobre a autora?

Jacqueline F. Silva, mora no interior de São Paulo e possui como primeira lembrança o incentivo da família para a leitura. Todas as noites uma nova história era contada. O amor pela leitura apenas cresceu e passou a ser uma parte constante de sua vida, principalmente por ficção contemporânea e história, pois assim conhece novas pessoas e vidas a cada livro. Agora decidiu expandir-se e mostrar seus próprios mundos a todos. Participou das antologias Irmão Grimm – Contos Horripilantes, O Amor Está no Ar, Fábulas Selvagens e Enquanto as Luzes não se Apagam.

Que maravilhoso é conhecer mais sobre a autora não acham? Agora vamos a nossa entrevista, separei nossas clássicas perguntas para a autora. Confiram suas respostas.

1.    Qual é a inspiração para escrever o seu livro?

R: “A ideia começou com duas múmias e uma teoria da conspiração com o Nikola Tesla, onde ele fala que viajou no tempo. Mas de ficção eu me inspirei no anime Steins;gate e nos livros Nada de novo no front, cavalo de guerra e Maze runner, e na história da minha cidade Americana, tem até uma cena que realmente aconteceu. Também a Teresa é inspirada em mim, um dos inimigos dela é a própria mente e eu senti isso por muito tempo, eu lidava com esse mesmo inimigo e descrevia minhas evoluções como se fosse dela.”

 2.    Como você começou a escrever?

R: “Eu sempre quis escrever, mas sempre enterrei essa vontade. Começar mesmo foi uma lição de casa da minha terapeuta.Eu tenho fobia social, ansiedade generalizada, TDAH e autismo. Eu não conseguia falar com pessoas em nenhuma ocasião, mas nesse ano (2017) eu tinha exercícios para começar a me comunicar, então eu entrei em grupos de leitura e redes sociais. Então eu acabei mencionando a minha vontade de escrever e ele me incentivou a começar e arriscar colocar no papel. Eu fiquei seis meses só estudando técnicas e então iniciei o livro.”  

3.    Quais são os seus hobbies? 

R: “Ler muito e ver documentário sobre true crime.”

 4.    Como você se vê como pessoa? 

R: “Alguém que muda muito, estou sempre aprendendo sobre mim mesma e sobre o mundo, então minhas opiniões e ideias estão em constante mudança, sou muito ligada a família e amigos, eu sou desconfiada com pessoas novas, e por isso essas pessoas sempre próximas são tudo para mim.”

5.   Quais são as suas influências literárias?

R: “Muitos, mas Agatha Christie, JodiPIcoult e James Dashner são os principais.”

6.      Em uma narrativa, qual pessoa você prefere primeira ou terceira?

R: “Quando comecei a escrever era terceira pessoa, mas agora prefiro primeira pessoa, mudei nesses cinco anos.”

7.    Quais foram os livros que marcaram a sua vida?

R: “Foram muitos também: “Um mundo a parte”, que me ajudou a entender o meu autismo, foi por causa dele que fui atras do meu laudo; “Tash e Tolstoi”, por me ajudar com a minha sexualidade; “Fique onde está então corra” que me marcou pelo fato de mostrar a ligação entre uma família, como começou a ser pesquisada e tratada os transtornos mentais e também fala sobre a primeira guerra um assunto que amo demais; e “Crank Palace” o último de “Maze Runner” que ainda não tem no Brasil, ele foca no Newt, meu personagem favorito, mas também mostra muito sobre como alguém vive e enfrenta a depressão, então esse livro é muito especial para mim.”

8.    O que você faz nas horas vagas?

R: “Eu leio muito, todo dia preciso ler no mínimo 30 páginas, pela fobia social livros sempre foram meus amigos então é algo que está sempre por perto, principalmente quando eu tenho uma recaída. Também fico planejando meus próximos livros, ou escrevendo (eu planejo por meses antes dele ir para o papel) ou fico procurando fotos fofas no Pinterest e MVs de filmes hahah”

9.    Possui outras obras?

R: “Sim, vou lançar em julho um livro com esses personagens mais voltado para distopia e crime, não precisa ler um para entender o outro e não tem spoilers, mas tem os mesmos personagens. Eu tenho um conto publicado pela Editora Arkanus “Perdas e despedidas” sobre uma jovem historiadora que encontra o diário de uma refugiada Servia da Primeira Guerra Mundial, uma história sobre família e esperança. Também participei de vinte antologias com alguns contos.”

10.    Os personagens que você escreve são inspirados em pessoas reais?

R: “Sim, Teresa recebeu esse nome por causa de uma história que a minha avó contava, mas as experiências da personagem são baseadas na minha descoberta do autismo, na minha luta contra a fobia social e depressão. Renata é a minha irmã praticamente, eu usei as inseguranças e as qualidades dela na personagem. Ela sempre foi um dos meus apoios, assim como Renata é o apoio da Teresa.  A Sonia é inspirada em uma mulher real, Sonja (versão alemã de Sonia e é por isso que esse é o nome da cidade) essa mulher foi a primeira do Brasil a entrar na universidade de física. Eu admiro muito que ela por estudar em uma época que mulheres não estudavam direito e uma universidade que até hoje é raro ver mulheres e Nikola Tesla era físico e o livro fala sobre viagem no tempo, ela acabou sendo uma inspiração para a personagem.  Duas irmãs amigas da Eleonor elas são inspiradas em duas pessoas históricas da minha cidade.”

11.     Suas histórias são inspiradas em algo real?

R: “Todas elas são: Em qual 1917, eu usei documentários para retratar a vida dos rapazes, os irmãos austríacos foram os primeiros a “nascer”, eles vieram da história das duas múmias, eu comecei a imaginar os cadáveres como pessoas vivas quando li a reportagem. A motivação da personagem Eleonor é um acidente que realmente aconteceu aqui na minha cidade no mesmo ano que a história se passa e muito parecido com o que foi descrito na cena. Rabiscos de crueldade (o segundo livro) tem inspiração no Sanatório de Barbacena, conhecido como Holocausto brasileiro. Perdas e despedidas eu usei o diário de uma garotinha de 12 anos chamada Katariana como inspiração para o diário da Kaya e a epigrafe é um trecho do diário dessa garotinha refugiada.”

12.   Como você vê seu livro?

R: “Um refugio e uma conquista, nunca achei que fosse conseguir me comunicar com as pessoas o bastante para publicar algo, então para mim ele estar publicado é maravilhoso, mas uma parte de mim está nessa história, esse livro é o que a minha Eu de 15 anos precisava ler e isso transforma ela em um refugio para mim, e eu espero que para as pessoas neurodiversas também.”

Espaço bônus: recado para os fãs.

R: “Nunca desista, lute pelo que quer e vai em frente. Escrever é árduo, precisa de pesquisa e estudos, mas é recompensador. Se você é neurodiverso não está sozinho, você é alguém normal e sempre respeite seus limites.”

Bom meus amores, eu espero de coração que vocês tenham gostado dessa entrevista. Amei conhecer mais sobre a autora e suas inspirações. Amo essa interação entre autor e leitor, espero que vocês tenham se identificado em algumas respostas. Não deixem de acompanhar as nossas novidades aqui e as novidades da autora nas suas redes sociais. Um super beijo, se cuidem e até a próxima.

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