Autora Manuela Marques Tchoe
Olá meus amores, tudo bem com vocês?
Hoje vamos para mais um episódio do nosso quadro Entrevistando Autores Nacionais. Desta vez vamos entrevistar e conhecer a autora Manuela Marques Tchoe, autora dos livros "Encontro de Marés" e "Ventos nômades". Os dois livros já foram resenhados aqui no blog, então caso vocês queiram conhecer a resenha basta clicar na aba de igual nome. Os links de acesso da autora bem como as suas redes sociais estão na aba de autores parceiros. Agora, antes de irmos a entrevista vamos conhecer mais um pouco sobre a autora.
Agora vamos a nossa entrevista, separei nossas 12 perguntas tradicionais e dei um espaço bônus para ela falar aos seus fãs.
1. 1. Qual é a inspiração para escrever o seu livro?
De Vista para a Mesquita foi inspirado num relacionamento que tive com
um egípcio entre 2001 e 2003, e minhas viagens para o Egito para conhecer sua
família. Este relacionamento aconteceu justamente entre os ataques de 11 de
Setembro e a Guerra do Iraque, ou seja, um período conturbado no Oriente Médio,
o que amplificou o preconceito contra muçulmanos, e que também trouxe impacto
para esse jovem amor...
Neste livro, eu quis
abordar os conflitos pessoais de amar alguém de uma terra e religião
completamente diferentes das minhas. Como o relacionamento terminou de forma
abrupta – eu estava no Brasil, ele, na Arábia Saudita durante a Guerra do
Iraque, eu imaginei como seria se eu o reencontrasse nos dias de hoje e o que
diríamos um ao outro, além de explorar as vidas e escolhas de cada um.
É um romance sobre
destino, amores impossíveis e, principalmente, segundas chances.
2. 2. Como você começou a escrever?
Eu comecei a ter
interesse pela escrita no colegial e por isso cheguei a fazer um ano de
jornalismo na faculdade. Mas acabei decidindo fazer administração de empresas
e, após alguns anos, comecei a trabalhar com marketing. O ato de escrever está
no meu cotidiano há bastante tempo. Mas só com o nascimento de meu filho eu
comecei a pensar em literatura. Eu não sei o porquê exatamente, só sei que
alguma coisa clicou na minha cabeça, como se eu tivesse finalmente realizado
que o trabalho não me realizava exatamente, e eu queria algo mais...
Algumas ideias
começaram a amadurecer a partir de então. No primeiro dia que meu filho foi
para a creche e eu tive uns minutinhos para mim, abri o computador e comecei a
colocar as ideias para fora. Não foi o meu melhor momento literário, as frases
estavam desestruturadas, as palavras mal colocadas, etc., mas aos pouquinhos eu
fui pegando o ritmo e o gosto por colocar as palavras no papel.
3. 3. Quais são os seus hobbies?
Certamente viajar é o
meu hobby preferido, apesar das dificuldades da pandemia de hoje. Mas também
adoro ler, sair com as amigas, passar tempo com minha família.
4. 4. Como você se vê como pessoa?
Acredito ser uma pessoa
simples no meu dia-a-dia. Mas também gosto de fazer as coisas de forma
certinha, o que às vezes é bom, e às vezes nem tanto!
5. 5. Quais são as suas influências literárias?
Certamente os grandes
baianos Jorge Amado e João Ubaldo Ribeiro. Me inspiro na beleza de nossa
cultura e na denúncia das mazelas do nosso país. Esse equilíbrio que trazem, a
beleza e a feiura, a luz e a escuridão, eu acho fascinante.
Também gosto muito de
livros estrangeiros que falam de viagens e diferenças culturais, como Sob o Sol da Toscana da Frances Meyes e Um Ano na Provença, do Peter Mayle.
Depende. Se for um livro centrado num personagem principal, faz mais sentido que seja em primeira pessoa, porque apresenta as emoções da personagem em primeira mão. Mas se for um livro com muitos personagens, eu prefiro a terceira pessoa, porque dá a oportunidade de contar as histórias de personagens diversos e desfocar do protagonista.
7. Quais foram os livros que marcaram a sua vida?
Definitivamente, Gabriela Cravo e Canela, de Jorge Amado, pela vivacidade da história, a baianidade intensa. Cruzando o Caminho do Sol, de Corban Addison, foi o livro que me inspirou a escrever meu primenro romance, Encontro de Marés, por também tratar de prostituição infantil.
8. O que você faz nas horas vagas?
Gosto muito de caminhar nas montanhas perto de Munique, fazer piqueniques, passear ao ar livre, sair para tomar um café.
9. Possui outras obras?
Além de De Vista para a Mesquita, publiquei a coletânea de contos Ventos Nômades e o romance Encontro de Marés pela Editora Pendragon, assim como o livro de relatos de viagemComida de Gringo – Sem Presepadas! juntamente com a escritora Ana Fonseca.
10. Os personagens que você escreve são inspirados em pessoas reais?
Em De Vista para a Mesquita, os personagens
sçao inspirados na vida real. A protagonista sou eu e os personagens
secundários são meu ex-noivo e sua família.
Já em Ventos Nômades, algumas histórias são
imaginadas do começo ao fim, outros são um tanto autobiográficos, como Milagres na Praça do Rei, que fala de um
intercambista que sai do Brasil pela primeira vez e se encontra na Alemanha.
Tomei muito de minhas próprias experiências para estes contos!
Em Encontro de Marés, os personagens são
completamente fictícios, porém baseados em histórias e reportagens da pesquisa
que fiz para o livro.
Já Comida de Gringo é uma obra de não-ficção. Eu e a co-autora, Ana Fonseca, relatamos experiências e comidas provadas em nossas viagens, que se passam na França, Portugal, Espanha, Estados Unidos, Grécia e outros lugares.
11. Suas histórias são inspiradas em algo real?
Por vezes, sim. Em De Vista para a Mesquita, a obra é inspirada em eventos reais. Usei muitas das minha experiências no Egito com meu ex-noivo e sua família, as paisagens que vi e as pessoas que conheci, mas juntei com minha imaginação para ir além das minhas experiências pessoais.
12. Como você vê o seu livro?
Vejo este livro em
particular como uma forma de dividir experiências que me moldaram, assim como
abordar temas desconfortáveis e quebrar com estereótipos arraigados.
ESPAÇO BÔNUS: Recado para os fãs
Agradeço de coração o
interesse em minhas obras! Obrigada a cada leitor que entrou em contato para me
contar como um dos meus livros fez pensar, chorar, sorrir... Não há melhor
recompensa para um escritor.
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