Autor Sario Ferreira

Olá meus amores, tudo bem com vocês?

Hoje vamos para mais um episódio do nosso quadro Entrevistando Autores Nacionais. Desta vez vamos entrevistar e conhecer o autor Sario Ferreira, escritor da trilogia "Sagraerya". Dois dos livros já foram resenhados aqui no blog e logo teremos a terceira resenha do terceiro livro já publicado. Os links de acesso do autor bem como as suas redes sociais estão na aba de autores parceiros. Agora, antes de irmos a entrevista vamos conhecer mais um pouco sobre o autor. 

Sario Ferreira é graduado em Letras e mestre em Linguística pela PUC Minas, professor de português, reviso de texto e escritor de fantasia. Começou a escrever instigado pela leitura de livros fantásticos e pelo RPG, jogo que o encantou por sua característica incomum: em vez de ganhar ou perder, o objetivo é contar história. Foi finalista do primeiro concurso da antologia Curtos e Fantásticos, pela Editora Jambô, com o conto A última e atualmente se aventura na escrita de seu projeto principal, a Saga Sagraerya. Sario é nerd de plantão nas horas vagas, gosta de praticar aikido, de garimpar boas histórias em mídias diversas e tem a sorte de ser casado com sua musa inspiradora. 

Agora, vamos a nossa entrevista!!

1. Qual é a inspiração para escrever o seu livro?

Minha inspiração éuma vontade que tenho de contar histórias capazes tanto de entreter quanto de trazer reflexão, por meio de uma proposta literária de fantasia clássica, situada no meio termo entre o costumeiro dos arquétipos do gênero e alguns toques originais construídos em suas entrelinhas.

 2. Como você começou a escrever?

Jogando o hobby maravilhoso, chamado RPG (Jogo de Interpretação de Papéis), cujo objetivo é propriamente contar histórias compartilhadas com seus amigos, em vez de enfrentá-los e derrotá-los. Sou narrador de RPG faz uns 20 anos e a função desse tipo de jogador do hobby é criar as histórias que os outros jogadores viverão por várias sessões de jogo, cada um interpretando um personagem dentro da trama proposta. Chegou um ponto em que eu queria expandir a circulação das histórias que jogávamos para além da mesa de RPG então não deu outra: foi questão de tempo até eu começar a rascunhar algumas páginas de histórias, desta vez no formato de narrativa ficcional e não de roteiro de jogo. Claro que existem muitos gêneros e mídias diferentes para se contar uma história, mas o que me levou a escolher o gênero romance (narrativas longas) para contar minhas histórias foram os muitos romances de fantasia incríveis que li durante a adolescência: O Senhor dos Anéis (Tolkien), A História sem Fim (Michael Ende), os livros do elfo Drizzt (R.A. Salvatore), Crônicas de Dragonlance (Tracy Hickman, Margareth Weiss) e Eragon (Christopher Paolini).

 3. Quais são os seus hobbies?

Atualmente, entre meus hobbies mais frequentes estão jogar RPG, jogar games (especialmente aqueles com boa narrativa e história), a prática do aikido e do iaido (saque de espada japonesa), além da leitura de livros e de HQs. Um hobby mais frequente no passado, mas que hoje está menos encaixado nas minhas rotinas, é tocar violão; sou apaixonado por música.

4. Como você se vê como pessoa?

Tento sempre não pensar muito em construir essa autoimagem, pois aquilo que pensamos que somos geralmente está longe de representar a realidade do que somos: às vezes perdemos tempo demais pensando e se esquecendo de simplesmente “ser”.

5. Quais são as suas influências literárias?

Para citar alguns autores dos quais minhas obras beberam, posso mencionar: Tolkien (O Senhor dos Anéis), R.A. Salvatore (romances do elfo Drizzt), Tracy Hickman e Margareth Weiss (séries de Dragonlance), Patrick Rothfuss (Crônicas do Matador do Rei), Christopher Paolini (Ciclo da Herança), Joe Abercrombie (saga A Primeira Lei), Howard Pyle (Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda) e o abençoado anônimo que escreveu A Canção de Rolando, maior referência literária do arquétipo do paladino.

Além desses autores, a formação em Letras me proporcionou um contato muito rico com gêneros literários diversos, de alguns clássicos da literatura nacional (como Graciliano Ramos, Machado de Assis, João Guimarães Rosa) até clássicos da literatura estrangeira (como Oscar Wilde, William Shakespeare, Jane Austen). Ainda que o contato com esses autores não tenha influência aparente no processo criativo de minhas obras, o privilégio de tê-las experimentado está na substância de tudo que escrevo: no nível da linguagem, no nível da construção de personagens e da configuração narrativa.

 6. Em uma narrativa, qual pessoa você prefere primeira ou terceira?

Como leitor, eu não tenho preferência, uma vez a pessoa da narrativa não é um elemento determinante para termos ou não uma boa história; são as boas histórias que ditam para o escritor qual a melhor forma de serem contadas. Como escritor, prefiro a terceira pessoa, pois me permite ter uma perspectiva da história que pode ser concentrada tanto na perspectiva individual dos personagens, quanto no panorama geral da trama proposta pelo livro. Acho interessante também misturar as duas, algo que já fiz e que acho que alguns escritores, como Patrick Rothfuss, fazem com maestria. Meus livros são predominantemente em terceira pessoa, porém, no terceiro deles, um personagem assume a narrativa em primeira pessoa em alguns capítulos específicos, para contar a própria história para os outros companheiros. Além de tornar a narrativa mais sofisticada, estratégias como essa ajudam o leitor a descansar do ritmo acelerado da trama e a fortalecer sua relação com determinados personagens.

7. Quais foram os livros que marcaram a sua vida?

É uma lista extensa, mas posso destacar algumas das histórias que nunca envelhecem para mim: O Senhor dos Anéis (Tolkien), os livros da Lenda de Drizzt (R.A. Salvatore), os livros de Dragonlance (Tracy Hickman & Margareth Weiss) e O Nome do Vento (Patrick Rothfuss). Vez em sempre, eu me pego descobrindo como me inspirei em algum desses autores para escrever alguns pontos específicos de minhas histórias.

 8. O que você faz nas horas vagas?

Quando se é escritor, o que melhor para se fazer nas horas vagas do que consumir histórias? Por isso que costumo jogar games com boas narrativas (geralmente RPGs), assistir seriados/filmes, ler livros e jogar RPG com meus grupos atuais.

 9. Possui outras obras?

Atualmente já tenho 7 obras publicadas, das quais 3 são romances e 4 são contos. Os romances são os três primeiros livros da Saga Sagraerya, que compõem o Arco da Aliança: O Despertar do Paladino, A Essência perdida e A Promessa Anã. Os contos são: A Última, conto de um duelo épico entre cavaleiros, finalista da antologia Curtos e Fantásticos; A Saga de Aço, conto narrado do ponto de vista de... um minério de ferro, este publicado na antologia Curtos e Fantásticos Volume 2; O Ídolo de Sothakiir, conto que se passa no universo Sagraerya, antes da história dos livros, contando a origem da paladina Sania; e Fim de Carreira, um conto de ficção científica sobre uma capitã espacial desiludida que se depara com uma última missão emblemática no dia de sua aposentadoria. Todas as obras podem ser adquiridas neste link aqui: http://sagraerya.blogspot.com/p/livros.html.

 10. Os personagens que você escreve são inspirados em pessoas reais?

Sempre existem traços em um ou outro personagem que acabam remetendo a pessoas que o escritor conhece, mas não gosto de fazer isso de modo muito direto. Tenho também um caso inverso, em que conheci uma moça que parecia ter sido “escrita” e inspirada em uma personagem minha: acabei me casando com ela. A paladina Sania e minha esposa têm semelhanças na aparência, na diferença de idade entre ela e Sagrarius e até em alguns pontos da personalidade. Essas inspirações podem acontecer também de maneira indireta e inconsciente, uma vez que aqueles que conhecemos na vida real formam parte importante do “banco de referências” que nos ajuda a fazer personagens fictícios parecerem com gente de verdade para o leitor, como o próprio Stephen King comenta em seu livro “Sobre a Escrita”.

 11. Suas histórias são inspiradas em algo real?

Meus livros não tem uma inspiração direta com eventos “reais”, porém não creio ser possível fugir da realidade ao construirmos qualquer história fictícia. A fantasia é uma metáfora da realidade, é o mundo real com outra roupa, e nela não há outro princípio senão tratar e refletir questões do humano. O guerreiro que enfrenta um monstro é a roupagem/representação de alguém buscando formas de vencer um obstáculo perigoso, como pode ser também um pai lutando contra o desemprego. A jornada épica de uma heroína pelo deserto para conseguir o remédio para o pai doente com um sábio isolado, de modo figurativo, traz conflito similar ao de uma filha que visita centenas de médicos em busca de um tratamento ou cura para a doença rara do pai. Pensando dessa forma, é impossível criar histórias fantásticas que não tenham alguma raiz (senão todas) na realidade, já que só podemos exercer a criatividade narrativa a partir do real. Em suma, a percepção da realidade que permeia toda fantasia é sutil e as questões humanas que a sustentam exigem um mergulho além da superfície por parte de seu leitor.

 12. Como você vê seu livro?

Vejo meu livro como uma oportunidade aprimorada de me conectar com os outros. Quando o leitor lê minha literatura e ela o toca de alguma forma, seja negativamente ou positivamente, sinto-me que posso ser mais do que eu mesmo, pois meu mundo tão particular está em contato com o mundo de outra pessoa e gerando interação, relação. Escrever é algo paradoxal, pois ao mesmo tempo em que você deve ficar solitário para produzir, dentro de sua cabeça circulam vestígios de todos os outros com os quais você busca se expressar pela via das palavras: se esse exercício por si só soa para mim como a alma do ofício da escrita, o corpo seria a concretização desse contato, dessa relação “escritor x leitor”, em  algo único e uno, quase um outro alguém formado por ambos... Penso que é só aí, nessa conexão, que uma obra nasce, verdadeiramente.

 Espaço bônus: recado para os fãs.

Obrigado por todos que compartilham do mundo de Arya comigo e acabam por se encontrar nele de alguma forma, vivenciando-o como uma vida capaz de emoldurar suas vidas fora dele, tornando a fantasia e o real uma única e completa experiência. Em breve espero começar o quarto livro que dá início ao arco final da Saga Sagraerya, mas ainda dá tempo de vocês lerem os três primeiros: só entrar aqui no link e se preparar para viagem: http://sagraerya.blogspot.com/p/livros.html. Vejo vocês nas páginas!

Bom meus amores, eu amei conhecer mais sobre o autor. Vocês também? Também espero de coração que vocês tenham gostado desse post. Não deixem continuar nos acompanhando para mais post como este. Se cuidem, um super beijo e até a próxima. 

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